O mês de agosto marca a campanha Agosto Dourado, que simboliza o leite materno como “padrão ouro” da alimentação infantil e promove a conscientização sobre o aleitamento materno. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e, de forma complementar, até os dois anos. No entanto, dados apontam que apenas metade das crianças recebe o leite materno na primeira hora de vida.

Esse cenário evidencia a necessidade de acompanhamento profissional desde os primeiros dias. A fonoaudiologia, muitas vezes pouco lembrada, tem papel fundamental nesse processo.

O papel do fonoaudiólogo na amamentação

De acordo com a fonoaudióloga Alessandra Santos, do Hospital Mater Dei Goiânia, o trabalho do profissional é voltado para funções orais essenciais: sucção, deglutição e respiração.

“A fonoaudiologia contribui para fortalecer o vínculo entre mãe e bebê, promovendo uma amamentação mais tranquila, saudável e duradoura”, explica.

Entre as dificuldades mais comuns enfrentadas pelas mães estão:

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  pega incorreta do seio,

  
  


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  dor ou fissuras nos mamilos,

  
  


• 
  

  problemas de sucção e deglutição,

  
  


• 
  

  e baixa produção de leite.

  
  

A atuação do fonoaudiólogo ajuda a corrigir essas questões, tornando a amamentação mais eficaz e menos dolorosa.

Sinais de uma boa pega e posicionamento

Segundo a especialista, alguns sinais indicam que o bebê está mamando corretamente:

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  boca bem aberta, cobrindo grande parte da aréola;

  
  


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  lábios voltados para fora, formando a chamada “boquinha de peixe”;

  
  


• 
  

  ausência de dor persistente durante a mamada.

  
  

Alessandra também destaca a importância do conforto da mãe e do alinhamento do bebê.

“Cabeça, pescoço e corpo devem estar alinhados. Esse cuidado evita fissuras, dor nos mamilos e ingurgitamento, além de favorecer uma mamada eficiente.”

Intervenções essenciais

A fonoaudiologia também atua em casos de língua presa (alteração do frênulo lingual), que pode prejudicar a pega correta e causar outros distúrbios orais. A avaliação precoce permite intervenções rápidas e eficazes, inclusive em bebês prematuros.

O profissional ainda ensina técnicas práticas, como ajustes de posição, estímulo à sucção correta e orientações sobre respiração durante a mamada. Em casos de baixa produção de leite, pode auxiliar com exercícios que favorecem a musculatura orofacial e sugerir cuidados específicos.

Apoio às mães

Durante o Agosto Dourado, diversas ações reforçam a importância de buscar apoio profissional, seja em bancos de leite, grupos de apoio ou com equipes multiprofissionais.

“A amamentação é desafiadora para a maioria das mães. Cada gota de leite importa, seja em amamentação exclusiva, mista ou até quando a mãe opta por não amamentar”, conclui Alessandra.