Criança nas redes: o papel da família para proteger a infância da adultização
Diante da crescente exposição e sexualização infantil nas plataformas digitais, a família se torna a principal guardiã no combate a esse fenômeno, atuando com supervisão, diálogo e limites.

Criança nas redes: o papel da família para proteger a infância da adultização
A infância, um período que deveria ser de descobertas e brincadeiras, está sendo cada vez mais invadida por uma cultura digital que força crianças a adotarem comportamentos adultos. Em meio à viralização e normalização desse fenômeno, a família emerge como a principal responsável por proteger a inocência e os limites da infância.
A adultização infantil nas redes sociais se manifesta de várias formas, como o uso de maquiagens e roupas inadequadas, poses sensuais e a exposição das crianças em troca de engajamento ou dinheiro. Esses conteúdos podem causar sérios problemas, incluindo baixa autoestima, distorções da imagem corporal e um risco maior de assédio.
Mobilização nacional e a “Lei Felca”
O debate sobre o assunto ganhou destaque no Brasil após o vídeo "Adultização", publicado pelo influenciador Felca no dia 6 de agosto. A denúncia sobre a sexualização de crianças explorada por algoritmos mobilizou a sociedade e o Congresso, que recebeu dezenas de projetos de lei — a chamada "Lei Felca" — para criminalizar a exploração digital infantil.
Na Justiça, decisões como a do TRF-6 já exigem que plataformas como o YouTube insiram alertas e criem canais rápidos para denúncias.
O papel inegociável da família
Apesar da mobilização social e das novas leis, o papel dos pais e responsáveis continua sendo central na proteção das crianças. Especialistas reforçam que a família deve adotar estratégias de supervisão, diálogo e limites claros.
Supervisão e diálogo: Estar presente na vida digital da criança, navegando junto e conversando abertamente sobre o conteúdo que ela consome.
Limites digitais: Configurar perfis como privados, evitar lives sem acompanhamento e controlar o tempo de tela.
Vida offline: Incentivar atividades fora das telas, como esportes, leitura e tempo de qualidade em família.
Educação midiática: Ensinar sobre consentimento, privacidade e o consumo crítico de conteúdo na internet.
Proteger é um ato de amor
A legislação existe para proteger a criança, mas é na rotina familiar que essa proteção se consolida. Segundo o advogado especializado em direito familiar Edmom Moraes, “Manter diálogo aberto, estabelecer limites claros e assegurar que a criança tenha seu tempo de ser criança são atitudes que fortalecem a integridade e a dignidade infantojuvenil.”
A adultização infantil nas redes é um fenômeno real e preocupante. No entanto, agindo com presença, diálogo e limites saudáveis, a família não apenas protege o desenvolvimento emocional da criança, mas também resiste às pressões externas que tentam roubar a preciosidade da infância. Preservar a inocência e permitir o tempo de crescer com segurança é mais do que um dever: é um ato de amor.
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