Caiado comemora rompimento do União Brasil com governo Lula e projeta 2026
Decisão do União Brasil e PP enfraquece base governista, antecipa disputa por 2026 e deve levar ministros Celso Sabino e André Fufuca a deixar o governo até o fim de setembro.

Caiado comemora rompimento do União Brasil com governo Lula e projeta 2026
O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) celebrou nesta terça-feira (2) a decisão oficial do partido de romper com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Após reunião da federação União Progressista, que reúne União Brasil e PP, Caiado afirmou que a medida marca um afastamento definitivo das legendas em relação ao Planalto e a qualquer aliança com partidos de esquerda nos estados.
“Acabamos de convalidar na executiva do partido o afastamento definitivo do União Brasil do governo federal e de toda e qualquer parceria com o PT e seus aliados”, declarou. Segundo ele, a nova postura tem como objetivo preparar o terreno para 2026: “O União Brasil está se articulando para ganhar as eleições, endireitar o Brasil e trazer esperança ao povo brasileiro”, disse.
Ministros terão de deixar cargos
Com a decisão, os ministros Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esporte) deverão deixar suas pastas até o fim de setembro. A deliberação também incluiu apoio a um projeto de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a envolvidos nos atos de 8 de janeiro, mantendo, no entanto, a inelegibilidade do ex-mandatário.
Apesar do rompimento, parte das indicações políticas feitas por União Brasil e PP deve continuar no governo, como Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Carlos Vieira (Caixa Econômica Federal).
Impacto no Congresso
O desembarque enfraquece a base do governo Lula na Câmara, que deve cair para 259 deputados — apenas dois a mais que o mínimo necessário para aprovar matérias. O movimento aumenta a instabilidade política em um momento em que o presidente enfrenta queda de popularidade.
Bastidores da decisão
O rompimento foi selado em reunião dos presidentes Antonio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP), após Lula cobrar, em encontro ministerial, maior fidelidade dos ministros do centrão. O presidente chegou a sugerir que deixassem o governo caso não se sentissem à vontade para defender sua gestão.
A fala ampliou a pressão interna, já que Rueda e Nogueira vinham defendendo a saída, embora houvesse resistência em alas das legendas. Nos bastidores, Sabino e Fufuca tentaram adiar a medida, uma vez que planejavam disputar o Senado em 2026 com apoio de Lula. Ainda assim, prevaleceu a orientação pelo rompimento.
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