Dia Mundial da Esclerose Múltipla (30/5): diagnóstico precoce é fundamental para preservar qualidade de vida do paciente
Transplante de células-tronco e terapia com células CAR-T são tratamentos promissores no combate à doença autoimune, que atinge muito mais mulheres do que homens

Dia Mundial da Esclerose Múltipla (30/5): diagnóstico precoce é fundamental para preservar qualidade de vida do paciente
Transplante de células-tronco e terapia com células CAR-T são tratamentos promissores no combate à doença autoimune, que atinge muito mais mulheres do que homens
A esclerose múltipla é uma condição autoimune que afeta o sistema nervoso central e que ainda não tem cura, embora os avanços nos tratamentos venham garantindo mais qualidade de vida e controle dos sintomas para os pacientes. Segundo o Ministério da Saúde, a prevalência média da esclerose múltipla no Brasil é de 8,69 casos por 100 mil habitantes. A doença é mais comum em mulheres, com uma proporção de duas a três vezes mais casos do que em homens.
De acordo com o Dr. Vicente Mamede, médico neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein Goiânia, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar sequelas. A esclerose se manifesta quando o próprio sistema imunológico ataca a mielina, substância que reveste os neurônios e é responsável por garantir a condução dos impulsos nervosos. Esse ataque resulta em surtos inflamatórios que podem afetar diferentes áreas do sistema nervoso central, como os nervos ópticos, além de áreas motoras e sensoriais. “Os sintomas variam de acordo com a região acometida, mas os mais comuns incluem perda de visão, dor ao mover os olhos, fraqueza muscular, alterações na sensibilidade e formigamentos”, explica.
O diagnóstico da esclerose múltipla é clínico, baseado na presença das crises e confirmado por exames de imagem como a ressonância magnética, além de análise do líquor (fluido cerebral), que pode indicar atividade imunológica incomum. Os tratamentos atuais têm envolvido imunomoduladores e imunossupressores que atuam diretamente no sistema imunológico. Entre as abordagens mais promissoras estão o transplante de células-tronco e a recente terapia CAR-T, que reprograma as células de defesa do paciente para atacar as células autorreativas responsáveis pelos danos.
Mesmo que a doença não possa ser prevenida de forma direta, estudos mostram que níveis adequados de vitamina D, especialmente na adolescência e início da vida adulta, estão associados a um menor risco de desenvolvimento da esclerose. Fatores genéticos também influenciam, mas a doença é considerada multifatorial — ou seja, depende da combinação de predisposição genética e gatilhos ambientais. O estresse, por exemplo, pode desencadear ou agravar crises em virtude da liberação de hormônios que afetam negativamente a imunidade.
Acompanhamento multidisciplinar
Por ser uma doença que impacta diversas funções do organismo, o acompanhamento multidisciplinar é essencial. Além do neurologista, os pacientes frequentemente precisam de fisioterapeutas, fonoaudiólogos e psicólogos para lidar com limitações motoras, fadiga, alterações de memória e até incontinência. “A esclerose múltipla mexe com a estrutura pessoal e familiar. O apoio psicoterapêutico ajuda o paciente a lidar com os desafios da rotina de tratamento e manter a adesão terapêutica”, reforça o especialista.
Quando o diagnóstico é precoce e o tratamento adequado é iniciado logo nos primeiros surtos inflamatórios, muitos pacientes conseguem manter uma vida ativa e funcional. No entanto, em casos em que o diagnóstico é tardio, há risco de sequelas permanentes, como perda de força, problemas de visão, alterações de sensibilidade e fadiga crônica.
A conscientização sobre os sinais da doença e o acesso rápido ao diagnóstico são fundamentais para garantir mais qualidade de vida aos pacientes. “Quanto mais cedo iniciarmos o tratamento, maiores são as chances de preservar a função neurológica e garantir a autonomia do paciente”, finaliza.
Fonte: Vicente Mamede – CRM: 20535-GO / RQE Nº: 12800
Sobre o Einstein Goiânia
A unidade de Goiânia foi inaugurada em 2021 e é o primeiro hospital Einstein fora de São Paulo. Com 18 mil metros quadrados de área total, pronto atendimento 24 horas, 35 leitos operacionais, terapia intensiva e serviço de transplante de medula óssea, também conta com a primeira plataforma de cirurgia robótica do estado, com início em 2022, onde já atingiu a marca de 1500 procedimentos realizados até o momento. Em 2024, inaugurou o serviço de pediatria, que oferece uma jornada completa de atendimento para casos de alta e baixa complexidade em crianças e jovens. Além da assistência, a unidade possui um centro de ensino, inaugurado em 2023, com mais de 30 cursos de pós-graduação nas áreas de saúde e administração hospitalar, além de diversos cursos de curta duração. No mesmo ano, lançou também um centro de inovação, cujo objetivo é desenvolver tecnologias que possam beneficiar o setor de saúde na região.
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